A “TAPEÇARIA DE BAYEUX” (Musée de la Tapisserie de Bayeux – FR), obra monumental com 70m de comprimento, manufaturada c.1070, descreve, sob a ótica do vencedor, a vitória do duque normando GUILHERME “o CONQUISTADOR” (1028-1087), sobre HAROLDO II GODWINSON (1022-1066), o último rei ANGLO-SAXÃO da Inglaterra, em HASTINGS/GB (1066).
O reino conquistado, pobre e atrasado (mas um reino, o que a Normandia não era), teve o seu segundo acréscimo (o primeiro foi a Normandia), com o início da dinastia PLANTAGENETA/ANGEVINA (1128/1485), pelo casamento da neta do “Conquistador”, MATHILDE da INGLATERRA com GODOFREDO V de ANJOU (1113/1151): o condado de ANJOU; e o terceiro, no casamento de HENRIQUE II (1133-1189) com LEONOR da AQUITANIA (rainha divorciada do rei da França): o ducado da AQUITANIA e o condado de POITOU.
Portanto, o filho deles, RICARDO I, “o CORAÇÃO de LEÃO” (1157/1199), que não se importava muito com a Inglaterra, na qualidade de duque da Normandia e da Aquitania (e não como rei inglês), é o primeiro a portar os 3 leões (leopardos) dourados, ou seja: 2, do brasão da Normandia, e 1, do brasão da Aquitania, ainda em uso, na monarquia britânica dos dias atuais, em parte das suas armas.
Enfim, as peculiaridades do sistema feudal, fizeram com que o rei ingles, apesar de se ajoelhar diante do seu homólogo francês, já que era seu vassalo e este o seu suserano, na realidade, tivesse o controle direto sobre metade da França.

"HONI SOIT QUI MAL Y PENSE"
Os feudos dos PLANTAGENETAS no continente, eram o seu haver mais valioso, salvo o título de REI, que só a Inglaterra podia lhes conceder.
Só, a partir da derrota de JOÃO I “o SEM TERRA” (1167/1216) e do seu exército “inglês” [a maior parte dele, até os tempos de JOANA d’ARC (1412/1431), era recrutado na França], para FILIPE II, “o AUGUSTO” (1165/1223), na Batalha de BOUVINES (1214), 150 anos após a invasão, fez com que começassem a deslocar o seu eixo de poder para a Inglaterra, que era mais segura, por estar protegida pelo mar, e ser só deles.
Daí, começarem a se preocupar em falar inglês (a lingua do povo), permanecendo o francês como lingua da corte, que continuou, quase sempre, a se curvar diante de uma rainha francesa.
Emile Bian





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