TARSILA DO AMARAL (1886-1973), provavelmente o maior nome das ARTES PLÁSTICAS brasileiras, era egressa de uma abastada família paulista que lhe proporcionou o melhor da educação europeia.
Teve um primeiro casamento (1906) rapidamente desfeito pelo desnível cultural com o marido, um médico que achava que lugar de mulher era o lar.
Começou a se interessar pela pintura aos 30 anos, partindo em seguida para Paris (1920) em busca de aperfeiçoamento. De volta, compôs a vanguarda do MOVIMENTO MODERNISTA BRASILEIRO (O GRUPO DOS CINCO) com sua amiga ANITA MALFATTI (1889/1964), o seu futuro marido (1926) OSWALD DE ANDRADE (1890/1954), MARIO DE ANDRADE (1893/1945) e MENOTTI DEL PICCHIA (1892/1988).
Retornou à França, onde tinha acesso à "intelligentsia" local, e se aproximou de gente como André BRETON (1896/1966), Pablo PICASSO (1881/1973) e Fernand LÉGER (1881/1955).
De novo no Brasil, enquanto OSWALD se casava (1930), para seu desgosto, com Patrícia Galvão, a PAGÚ (1910/62), ela também se casou novamente, agora com o intelectual de esquerda, OSÓRIO CÉSAR (1895/1979), com quem partiu para a União Soviética, o que lhe valeu a etiqueta de comunista, antes de retornar a Paris.
A partir daí, se fixou definitivamente em São Paulo, e a velhice lhe pegou num quadro de depressão sobre uma cadeira de rodas, sem a fortuna, perdida anteriormente (1929).


ABAPORU (do tupi, Homem que come carne humana), de 1928, óleo sobre tela que inspirou o MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO de OSWALD DE ANDRADE, que buscava a afirmação da CULTURA NACIONAL, sem, contudo, prescindir da CULTURA vinda de fora.

Emile Bian





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