Théodore GÉRICAULT (1791-1824), pintor e escultor francês cujo talento extraordinário foi limitado por sua atormentada breve vida de 32 anos, deixou uma das mais importantes telas do ROMANTISMO, um óleo de 5,00m x 7,00 que enfoca a deriva de 13 dias dos infortunados náufragos (forçados inclusive ao canibalismo) da fragata "LA MÉDUSE", afundada nas costas do SENEGAL em 02.07.1816, mostrados quando vislumbravam o resgate salvador.
As duas pirâmides da COMPOSIÇÃO PICTÓRICA, mostram um CRESCENDO da mais ABSOLUTA PROSTRAÇÃO, à mais PLENA CONFIANÇA.
O desastre e a morte de 151 pessoas, de REPERCUSSÃO MUNDIAL (muito raro, numa época de COMUNICAÇÕES PRECÁRIAS), foram debitados à inépcia do Comte. HUGUES DUROY de CHAUMAREYS, um aristocrata cuja única credencial para o comando era o seu berço, algo comum na França do recém-restaurado "ANCIEN RÉGIME", em contraponto à MERITOCRACIA do regime NAPOLEÔNICO. Este anacronismo foi uma das bandeiras da REVOLUÇÃO BURGUESA de 1830, tão bem abordada em "A LIBERDADE GUIANDO O POVO", de DELACROIX.
E com a queda dos BOURBON, mais uma NAÇÃO se livrou, faz 200 anos, de CUPINCHAS e CORRELIGIONÁRIOS OCUPANDO FUNÇÕES TÉCNICAS (e outras), que o BOM SENSO e a ÉTICA sugerem ser privativas de QUADROS COMPETENTES e de CARREIRA.
E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE... Esta GRANDE TRAGÉDIA NAVAL, uma das maiores da ERA DA VELA, pode ser cotejada com a do cruzeiro alemão WILHELM GUSTLOFF, no ocaso da 2ª GUERRA (noite de 30.01.45), atingido no BÁLTICO por três torpedos (POR LENINGRADO, PELO POVO SOVIÉTICO e PELA PATRIA) lançados pelo submarino S-13, causando a morte de 9.618*(majoritariamente mulheres e crianças) foragidos do avanço do EXÉRCITO VERMELHO sobre a PRÚSSIA ORIENTAL, nesta que foi a MAIOR CALAMIDADE MARÍTIMA DA HISTÓRIA.
*ESTIMATIVAS RECENTES
Emile Bian






  Fechar