Como se Casa Como se Morre
Angela Wolf



Pequeno em tamanho, grande no conteúdo. Assim é este livro de Émile Zola.
Nesta mini obra-prima (na verdade 2 contos do autor transformados em livro), Zola debruça-se sobre as maneiras de casar e de morrer de sua época. Através de 4 casais, mostra as diferenças destas instituições em cada classe social; nobreza, alta-burguesia, burguesia e proletariado.
Na introdução, Zola explica os modos de educação ao qual são expostos meninos e meninas. No começo da infância a intimidade é enorme. Brincam juntos, lutam, correm, brigam. Mas aos 7 anos são separados. Meninos vão para um internato receber uma educação formal, aprender a ser homens. Jogados no mundo precisam aprender a viver, ganhar seu sustento, ser bem sucedidos.
As meninas são educadas em casa, leitura, um pouco de matemática, piano, costura e desenho. Ensinadas a serem boas esposas e mães. Sempre poupadas das dificuldades da vida fora do lar.
Depois de 12 anos vivendo separados em dois meios completamente diferentes, se encontram. E espera-se deles que se casem e se entendam. Mas como? A crueza da educação masculina e a artificialidade colorida da educação das moças coloca entre os dois um abismo intransponível. Eles não têm mais nada em comum, nada para dizer um ao outro. E assim as uniões acontecem com frieza e desconfiança. Mais que uma união é um contrato. Nas classes altas tudo se faz para garantir o lucro deste matrimônio.
A diferente vivência dos pobres dá uma dimensão diversa ao casamento, aí sim pode-se casar por amor. Resta uma esperança; pensa-se.
Para saber só lendo o livro. Nesta leitura rápida Zola mostra aos homens do século XXI como viviam e morriam os homens do final do século XIX.
Boa leitura!

angelawolf.blogspot.com

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